segunda-feira, setembro 19, 2022

A PEBBLE

 




I've been ill for a long time,
and I was walking with my head stooped over
when I found a single stray pebble bathed in sunlight.



© Jūkichi Yagi
From: Kanashiki Shinto (Poor Believers)
Publisher: Nogikusha, Tokyo, 1928


©  Translation: 2008, William I. Elliott and Kazuo Kawamura


 
 
 
 
 




If you do not wish to receive the Poem of the Week anymore,
please send an email to poemoftheweek-leave@poetryinternational.org

multidão de bandeiras e câmeras de celular
maré humana de esperança ou fé no amanhã
que brota entre as lápides e a escuridão
entre os sulcos e silenciosos e tênues caminhos 
tropeça a razão no império da emoção.
Ninguém atirou pedras na utopia
que ludibria na demagogia do sonho a decepção
de quem espreita  envilecido amanhã.

Wilson Roberto Nogueira


sexta-feira, outubro 29, 2021


 


 


 

quinta-feira, agosto 20, 2020

O som na sombra parindo teias sobre os escombros
Como a lama pegajosa de um lamento 
Rasga um tiro  a camisa da escuridão 
Garante a liberdade de trilhar o incerto 
nas ruelas selvagens da desrazão 
sob a poça rubra de néctar humano 
bebem os cães vadios da intolerância e do preconceito. 

Wilson Roberto Nogueira 

quinta-feira, agosto 13, 2020

 

Ser autêntico exige um alto preço -- preço que pouquíssimos estão dispostos a pagar. Você pode ser linchado pela opinião pública (como Zola no caso Dreyfus), você pode ser vítima de atentado (como Sartre na Guerra da Argélia), você pode tomar cicuta (como Sócrates), você pode ser crucificado (como Jesus). Ou então você muitas vezes vai ser obrigado a andar sozinho, nadar contra a corrente, dar murro em ponta de faca... Nem todos estão dispostos, na hora do cafezinho, numa reunião familiar, numa festa de amigos, a serem vistos como estranhos, exóticos, excêntricos -- sobretudo quando não há glamour nessa excentricidade. Mas, beleza, eu entendo, é mais seguro andar na mesma direção do rebanho. Só não se queixe se você for classificado naquela categoria que Fernando Pessoa chamou de "besta sadia", "cadáver adiado que procria"...

olw

 

O auge da cultura europeia – ou cultura anglo-franco-germânica – se deu na segunda metade do século XIX, quando esta cultura se estendeu, como modelo e norma de civilização, por todo o Globo. A consciência deste auge – e por conseguinte de seu inevitável declínio – se manifestou por exemplo no movimento que precedeu e preparou o simbolismo: o decadentismo, que tem o seu nome inspirado no seguinte verso de Verlaine: “Je suis l'Empire à la fin de la décadence”. (Outro, aliás, que se debruçou sobre este tema foi Nietzsche.) Mesmo as vanguardas do século XX – e o apogeu dessas vanguardas está nas duas primeiras décadas deste século – são frutos serôdios do que desabrochou em Baudelaire, Flaubert e o ‘Salon des refusés’. A cultura hegemônica do século XX (jazz, cinema, fast-food), o chamado século americano, é ao mesmo tempo prolongamento, decadência e negação da civilização oitocentista.

Ao que tudo indica, o século XXI será asiático, mas não mais a Ásia exótica – mística, vasta e paupérrima – que fascinou os europeus do século XIX. Mas sim uma Ásia que por conta de um século europeu e outro americano se revestiu – e às vezes se investiu – profundamente dos valores ocidentais, embora a base ainda permaneça quase intacta. E a América Latina? Cabe a nós decidirmos se queremos continuar periferia de uma civilização em declínio ou subúrbio de um mundo (embora mais antigo ainda) ascendente. Infelizmente nossas elites se sentem europeias (ou norte-americanas), exiladas nessas plagas incultas, e por isso temo que nos atrelem, sempre de forma subordinada, a um universo que está no seu ocaso, sem se dar conta que o novo, e um novo simultaneamente fascinante e assustador, vem do Oriente – assim como o Sol.

OlW

 

A modernidade nasceu entre 1857 e 1863. No primeiro ano foram lançados Flores do Mal e Madame Bovary -- e toda a poesia e o romance modernos estão contidos em germe nessas obras. Em 1863, com o salão paralelo dos que foram recusados no salão oficial, o Salão de Paris, nasceu o embrião do que viria ser as artes visuais modernas.

 

Interessante, a modernidade na literatura (sobretudo na poesia) nasceu marginal. Flores do Mal e Madame Bovary sofreram processos por atentado aos bons costumes -- e Baudelaire, ao contrário de Flaubert, perdeu. Tascaram-lhe uma multa e tiraram seis poemas de seu livro. Agora, a modernidade nas artes visuais nasceu sob os auspícios de Napoleão III, que determinou e organizou o 'Salão dos Recusados'. Isto talvez explique uma hierarquia de valores até hoje no mercado das artes: primeiro o artista visual, depois o romancista e finalmente o poeta, que não entrou na festa, mas ficou na rua estacionando os carros.

OLW

PERDAS

 

Falar, escrever, ver nas palavras os sentimentos e ouvir a música das letras na constelação do alfabeto. Ai de nós que somos apenas essa poeira, restos imortais da guerra entre as estrelas. Humanos demais para amar de verdade. Leia no primeiro comentário e saia da órbita desse mau elemento.

..

 

PERDAS

 

Duas vezes perdi tudo

No chão as duas perdas

Duas vezes mendiga

Bati às portas de Deus.

 

Duas vezes vieram anjos

E trouxeram duas vezes mais

Político, banqueiro

Pai, estou pobre outra vez

 

Emily Dickinson

Por antonio thadeu wojciechowski

 

O tempo não é uma linha contínua, mas um cruzamentos de fios, uma rede que nos enreda, uma trama que nos reclama.

 

Num desses fios ainda sou uma criança. Olho os adultos e não os entendo. Por que tanta pressa, tanta correria?

 

Em outra linha sou um ancião. Sábio. Apaziguado. No entanto, mais ao lado, este mesmo ancião é um velho amargurado, praguejando contra a vida que poderia ter sido e que não foi.

 

Em outra parte do tecido, sou um jovem -- ora afoito ora melancólico. Conversando numa festa. Voltando para casa sozinho. Chutando pedras no caminho.

 

Ali eu estou ainda nascendo. Mais adiante estou escrevendo, concentrado, o olhar perdido. Aproximo-me para ver o que ele (eu) está escrevendo. Ora, é este texto.

 

O tempo não é uma linha contínua. Mas uma rede, uma trama, um sudário. Como um texto. Como este texto.

 

Otto Leopoldo Winck

terça-feira, agosto 11, 2020

Epitáfio


1969

De mediana estatura,
Com uma voz não  muito fina nem grossa,
Filho mais velho de um professor primário 
e de uma modista de loja;
frágil de nascimento 
ainda que devoto da boa mesa;
de faces esquálidas e bem abundantes orelhas ;/
Com um rosto quadrado
Com que os olhos abrem apenas
e um nariz de boxeador mulato
Desce à boca de ídolo asteca
- tudo isso banhado
Por uma luz entre irônica e pérfida -, 
nem muito liso nem parvo no remate
Fui o que fui :uma mescla 
de vinagre  e de azeite de comer
Um embutido de anjo e besta.

Nicanor Parra 
Tradução Carlos Nejar



Balada de Persse O'Reilly

Nem os sildados do rei nem os seus cavalos / Reissuincitarão seu corpus/
Pois um encanto não há na Irlanda e no inferno/Capaz de erguer um Caim.

James Joyce .Finnegans Wake (por um fio).organização, tradução e posfácio:
Dirce Waltrick do Amarante. Editora. Iluminuras.


domingo, agosto 09, 2020

XII

"Aulas( curso noturno) para musas :
Não precisa experiência anterior ;
fotografia, preto-e-branco ou cor.
Completaremos linhas inconclusas.

Transparentes serão feições escusas'
se eu puder ser teu Dante , ou confessor,
romper-te de contentamento e dor,
presentear-te o amor que me recusas.

Verás teipes históricos de damas
que arqueiros de outras eras desarmaram.
Das Graças,  Lola, Gala, Nova, Norma.

Depois , a sós , te amo e tu me amas ,
gratos aos fatos que nos inspiraram
tão delicada e tão  cruel performance. 

Tite de Lemos
Caderno de sonetos. 09/28/1988.


Boas conversas são como belas praças em cidades estrangeiras que se acha à noite e não se consegue encontrar o caminho de volta no outro dia.

Alain de Botton
Escritor e filósofo 

Orações e saudades

Que a vida não me seja pijama
Me protwjam os santos cassados
Me ilumine a vela dos vencidos
Me sustentw a graça de quem ama
me possua a fé dos destinados
e esteja sempre como o ar comigo
O espírito do escravo em fuga
e a valentia diária  das viúvas  

Domingos Pellegrini 
O Tempero do tempo, p2

Breve biografia

E entre exegetas ortodoxos e marxistas 
Perdi as cuecas brancas do idealismo 
Clandestino tomei livres trens escuros 
e em bairros tortos desci - Eu

O engolidor de facas  filosóficas 
Mastigador de giletes políticas
Magarefe dos próprios quixotismos
Um por um até a luz da madureza

Desencontrado de ilustres conselheiros
encontrei batatas quentes e amigos sinceros 
e acendemos a luz na encruzilhada 

Perdemos a fé nas trajetórias retas
As curvas povoaram nossos horizontes
O caminho passa por muitas estradas.

Domingos Pellegrini 
Poesia jovem anos 70,Abril Educação, 
1982- coleção Literatura Comentada, p 90
Escrevo aquilo que não sei para ficar sabendo.Tenho a impressão de que tudo que a gente escreve, consciente ou inconscientemente,  é sempre uma catarse. É uma forma de recuperação do sentido da vida.
Fernando Sabino
Não é o que você diz que importa, mas
a maneira xomo você diz ;aí jaz o segredo 
das eras 

William Carlos Williams
Poeta estadunidense 
A vida não é sobre encontrar a si mesmo  
A vida é sobre criar a si mesmo. 
Bernard Shaw 
Escritor e dramaturgo irlandês. 
Poesia genuína é capaz de comunicar
Antes de ser entendida. 
T S.Eliot
Poeta estadunidense 
Uma nova forma irá sempre parecer se mais ou menos com a ausência  de qualquer forma, posto que será inconscientemente julgada tendo como referência  formas consagradas. 

Alain Robbe-Grillet
Escritor e cineasta francês 

quarta-feira, agosto 05, 2020

Quais são as ruínas que habitam o sonho dos curitibanos?
Trânsito de luzes de sóis negros  na hora do rush ao som de Gotterdamerung 
O crepúsculo dos deuses nos escombros dos sonhos de poder
De poder  tudo e de sonhar o impossível 
Sobre as carcaças esturricadas da consciência 
O totalitarismo da liberdade total
Do espaço vital arrancado das fibras e das veias
Da compaixão 
Da compaixão limitadora que escravisa
Os limites cegos se perdem no horizonte 
Acelerando seus cavalos de aço 
Sob o asfalto das esperanças atropeladas
Pelas rodas de suas quadrigas douradas pós modernas
Atropelados pesadelos de outras efêmero humo
Na paisagem urbana curitibana
Zieg Heil ao vosso líder,  ao vosso Messias
Dizem as almas pútridas dos ciclopes terraplanistas.

Wilson Roberto Nogueira jr 
 

quarta-feira, julho 08, 2020




sexta-feira, novembro 29, 2019

Rios de lava lavam em fogo liquido meus amanheceres.
Sofrer é aprender.


Wilson Roberto Nogueira

madrugada

O amanhã surge em revoadas de lembranças baças e vãs

Wilson Roberto Nogueira

quarta-feira, novembro 06, 2019

O juridiquês

Fonte : Folha de São Paulo , 23 de janeiro de 2005

Queirais, desejais acima do que vos pertence a própria existência,
 viver em função de cortejar eternamente vossa felicidade,
 que eternamente ela não tenha feliz idade,
muito menos luz vida própria, sem vós ela inexiste
Se dissolvida de vossa vida ,divorciada de feridas  neste desditoso chiste
Acossado  e condenado vais seguindo a existir acorrentado na existência
Sem plenamente viver a vida amante fogosa da duração ordinária da vida
Partis na glacial existência sem o aquecer entre os seios da vida
Sem saber se o sabor é amargo ou doce ferida
Insipida , inodora e incolor cruel sina maldita
Tu pensas logo existes , mas existir somente te enlouqueces
Pensais portanto e sabeis o quanto sofreis por saberes
Saber que a vida não é só um passar de dias aguardando
O nascimento eminente da morte.

Wilson Roberto Nogueira

Ossos do ofício



Um cabra que saiu a cata de animais para a universidade ”Ao preço de trinta reais”,vê estudantes analisando fêmures e conta que, em sua terra, seus filhos brincavam com ossos simulando espadas até que, um dia, o dono veio do além, para reclamá-los.

- DEVOLVAM MINHA PERNA !

Daí os bacurís jamais tocaram em ossos , sequer aqueles de galinha .

Wilson Roberto Nogueira


Eis o que sois.
Ora pois , lusitano é o que sois na eterna contradição, entre o “fazeire” e o” falaire” do politico é o que a devorar vossas  entranhas te governa . Percebas tu  para não caíres em palpos de aranhas ;uma de vossas façanhas:  Direis que o melhor “a fazeire” é os anéis da mão a viajar para às do assaltante do que deixar no alagado chão a mão intransigente a convencer o meliante que tens razão .

Wilson Roberto Nogueira

terça-feira, novembro 05, 2019

Os Pixotes (texto incompleto )



Destruídos pelo desemprego e pelo alcoolismo , os pais em muitas ocasiões descontam suas frustrações nos filhos , espancando-os . Um dia esses menores deixaram suas famílias em colapso para desaparecerem nas ruas . A violência das ruas torna-se menos contundente do que aquela recebida dos pais .

Nas ruas brincam como crianças , amam como adultos , cometem pequenos furtos e chegam a matar como bandidos . Neste meio, tornam-se revoltados e violentos , indiferentes à própria vida. Eles são frutos de um sistema social injusto, concentrador de riquezas e oportunidades. Parte de uma massa desassistida pelo Estado , renegada pela sociedade.

Esses pés descalços ,desnutridos  e embrutecidos meninos e meninas , parte considerável de milhões de brasileiros que em bandos cada vez maiores , vagam pelas metrópoles .
Nos cantos das calçadas , em baixo de pontes , nos bancos das praças , nos degraus das igrejas , encontram onde dormir , como cães sem dono . Se lavam nos chafarizes e nos rios , onde além de fazerem a higiene corporal , também urinam e tomam água .

Carentes de dignidade , de um lar , de instrução , saúde , alimento e afeto; sem poder entrar no mercado de trabalho , continuam tendo seus direitos vilipendiados por um Estado, o qual desobedece suas próprias leis sociais, o governo é hipócrita diante de seu próprio povo, mantêm como párias intocáveis estes marginais, estivessem eles sobre a legitima assistência e proteção, não teriam como destino serem vitimas dos esquadrões da morte , não iriam parar nas geladeiras do IML, teriam isto sim , suas vidas salvas por escolas dormitórios com canchas de esporte e ensino profissionalizante, alimentadas  e saudáveis , úteis a comunidade.

Enfim porque pagamos tantos impostos ?para sermos assaltados ?Quem nos rouba  mais , o ladrão comum ou um governo corrupto e incopetente ?

Wilson Roberto Nogueira  .
12/08/1991.



sexta-feira, novembro 01, 2019

Um dia de sol

        Uma casa com altos muros de pedra escondia um atormentado jovem, desiludido com a vida e sem perspectiva de futuro.Com o seu ar blasé ,deambulava pelo quarto após ter sido arremessado à  cama de um sonho mal sonhado, uma morte cortada com o despertar exaltado . No quarto  cinzelava os dias na penumbra esfumacenta de recordações mal postas, perscrutando o vazio pesado daquele instante .
        Coberto com os trapos transformados numa segunda pele , os chinelos calçaram seus pés um pouco mais reticentes que antes. a tenebrocitante  aventura de sair do quarto e reler as páginas pétreas de roseta de seus serparentes . Resmungos , grunhidos  e ausentes nas máscaras do dia, olvidaram no antanho suas personas.
       Antes da carcaça ,a sombra do humo pútrido imaginado pelo olor de urubu eviscerado ,vulturina criatura desavisada de si, deslembrada da gregária condição humana.Temperadas sensações inspiradas pelo mofo, bolor , suor e adjacências . Só a macróbia no canto do salão acendia uma estranha luz nos olhos negros de cadáver ,babava pedindo gorgonzola com linguiça na pizza que julgava estarem sonegando, "criminosos cruéis ."
      O vulto que desertara de sua catacumba ,com bigode tal qual pernas de barata e barba como raízes mortas de uma árvore arrancada , o rosto escondido entre feridas e cicatrizes  apontavam no corpo do hóspede involuntário do destino o próprio hoje daquela mansão em prantos  e daquela família em ruínas.
     Almoço como sexo prostituído ligeiro e comprado por droga barata cujo vôo ao inseto faria mercê.Comeu como quem vomita para alguma lata de lixo.Assim foi , espectro abissal de descoragem diante da incertitumbre do Ser que não se reconhece devedor do viver.
    Inúmeras vezes cego no desarazoado de idéias que o encarceravam até o momento, da chave do seu viver lembrava-se de si quando do outro lado do telefone ouvia a vós de Adela .Uma noite saiu no breu da noite iluminado pela chuva  e caminhou até a noite que o habitava transforma-se em um dia de sol embaixo das ferragens de um carro.


Wilson Roberto Nogueira
Guardar dias para o futuro
é sempre  a grande tolice 
o juro é sempre a velhice
e de que adianta  esse  juro
se o índio mais queixoduro
o tempo amassa no assédio
gastar é o  melhor  remédio
no repuxo e  na   descida
porque na conta  da vida
não adianta saldo médio.

Jayme Caetano Braun

A massa moldada na barbárie

O ato de refletir sobre a sociedade com o intuito de diagnosticá-lo ou para dar os insumos teóricos na luta para transformá-la requer que o tempo para tal não seja sequestrado e não esteja acorrentado a engrenagens do trabalho , o qual liberta o homem de sua liberdade.
O trabalho socialmente produtivo igualmente distribuído muito foi assassinado pelos liberticidas do Deus Mercado nos fornos crematórios da mais valia,  a qual  não mais acumula capital concretamente produzido, e sim  capital baseado na produção fictícia de valor , a rentista, operando buracos no valor de face do trabalho , esgarçando o tecido social até arrebenta-lo  em revolução .
Daí o Estado surge no exercício nefasto da necro-politica que é administrar quem deve ser triturado e virar resíduo social , eliminado da cidadania e de sua existência .O trabalho do Estado a serviço da casta rentista associada a aristocracia togada e os despachantes de luxo da engenharia econômica depuseram a burguesia domesticando o animal empreendedor liberal ou com responsabilidade social e sua narrativa desenvolvimentista , agora correm para , como suínos do passado engordarem de dinheiro virtual suas ganancias  sem perceber que eles próprios perecerão.
a própria estrutura do capitalismo se retroalimenta de crises que só evolui devorando as crises sociais e econômicas passadas , necessitando do Estado quando não das milicias e das frações de trabalhadores da morte e da repressão  lumpem ,algoz e vítima , a massa moldada na barbárie.

Wilson Roberto Nogueira

01/11/19 do segundo milênio cristão.

o prêmio Asnix com a obra de estréia do juíz Dagoberto Góis

Sucesso na Europa e no Brasil , o celebrado escritor Dagoberto Junqueira de Góis Amaral ,magistrado e membro da Academia  Uruburetamense dos Contrafortinos de Letras  é o entrevistado do jornal Maranhão do Amanhã.

  -Como te sentes por ter sido galardoado com o prêmio Asnix com a sua obra de estréia ?
  
-Bem , amigo Bezerra da Serra Linhares, credito a outorga do prestigioso Asnix à minha carreira junto ao "Judiciáriooô" da cidade de Uruburetama dos Contrafortes , data vênia , desta vivência extraí o manancial de que alimentara se minhas letras .Oportuno clarear para vós outros ,minha sobeja satisfação , honrabilíssimo que sinto-me  por ter sido agraciado.

  -Como surgiu a ideia do livro ?

  -Assaltou-me a razão na madrugada , após minha quarta ponte de safena quando julguei Ter com o Senhor, o livro seria o meu legado , minha contribuição à literatura do meu município , do meu glorioso estado, o  Maranhão e do meu país, o Brasil que nasceu com o nome de uma mercadoria mas é o ouro da minha existência  em nome da família Junqueira de Góis Amaral .

  - Quem o incentivou para a manufatura do mesmo ?

  - Primeiramente minha ponte e" talqualmente " o venerando desembargador Ramiro Fulgêncio dos Goitacases Linhares, meu genro, que em hora fortuita comentou sobre a  auspiciosa graça caso pudesse reunir minhas anotações em um livro de suspense policial , o livro seria denominado a fumaça do vulto na meia escuridão da vida emprestada.


 - Por que o senhor resolveu escrever um livro de temática policial?

  - Por estar mais familiarizado com o meio .

  - A reação da critica o incomoda ?

  - O julgamento do leitor é a melhor crítica , uma vez que terminamos o livro  ele se emancipa e voa para longe , e meu livro tem vendido bem, ontem na livraria Goulart Gonçalves no Shopping Góis Amaral faltou tinta para tantos autógrafos .

  - O senhor ...
   
- Linhares , podeis vós, amigo de longa data, chamar-me de Dagoberto Góis !
  
 - Ora pois , então assim será. Tu Dagoberto Góis , esperava este sucesso estrondoso  , já te acostumastes a ele ?
  
 -Minha já secular existência , ensinou a mim guiar rijo o timão da nau da vida , seja em águas calmas ou bravias . O sucesso e o fracasso são efêmeras chamas que dão a luz a espectros nas paredes mal iluminadas da desrazão da existência . A láurea não é mais do que o reconhecimento de um  trabalho bem feito, nós não buscamos o aplauso das massas  nem tememos suas pedras .

  "Ohhhhhhh, nosso prefeito !!! "
   
"Vote Juíz Góis é "nóis" no "pudê "!! "

  " Só que não...votem nos Queiróiz  "

 - Já existe projeto para um novo Livro ?
  
 - O próximo está aguardando um novo enfarte .

  - Quais são suas influências literárias , Hammet, Christie ?
  
 - Influências da literatura regional e realista , além do trabalho investigativo policial, as ocorrências registradas nos autos de infração e boletins de ocorrência e  pareceres jurídicos além da sábias análises de Nina Rodrigues e Lombroso a partir de uma ótica reversa de perspectiva é claro .

  -Em sua opinião o que faz o brasileiro não ser um consumidor de literatura ?

  - Nosso país possuí uma Argentina de párias, mais de setenta por cento sobrevivem; a classe média brasileira cada vez mais empobrecida e a elite intelectual compram livros , a econômica e a politica tantos quantos são, tais remédios do espírito é amargo para quem acostumara-se a alimentar seu cérebro a partir da caixa embotadora da televisão. Observamos nas escolas desprovidas de tudo e em nosso estado ,inclusive sem tetos, carteiras , portas imagine biblioteca ! O Maranhão do Amanhã é prioridade para ontem segundo o clã Ribamando Sarnaí há tantas décadas no (des)governo do estado .Nobre Bezerra , preciso voar para a capital agora , compromissos com o povo não são postergados .

  "Vote Juíz Góis é "nóis" no "pudê "!! "

  - Aos nossos ouvinte BOA NOITE !
  
 Wilson Roberto Nogueira

  
28 de novembro de 1995

quinta-feira, outubro 31, 2019

Woodstock


terça-feira, outubro 15, 2019


terça-feira, setembro 24, 2019

Conto Hassídico



Um hassidico , Moisheev chegou a mui caridosa Casa de Seguros da Rússia  pedir alento em forma de pecúlio para superar dificuldades, tivera sua modesta cabana criminosamente incendiada no inverno último, o mais rigoroso.

Não querendo furtar-se ao seu compromisso maior de prestar segurança material mínima a sobrevivência de cristãos ou não da comunidade e do gueto ,como é praxe solicitou ao requerente comprovantes dos imóveis e do capital perdido , recibo das mercadorias  e extratos bancários , digo notas bancárias

Como foram consumidos pelas vorazes chamas os comprovantes , a seguradora deu crédito ao penhor  pessoal do infeliz hebreu. Concedida a quantia de cinquenta rublos aos mil e quinhentos , pedidos, de juros seriam cobrados vinte por cento.

O mendigo profissional queria aplicar um golpe . Além de não ser judeu , o nome verdadeiro era   Lev  Volkinski conseguiu para si a regeneração  pelo sofrimento e pelo trabalho resultado daquele dinheiro que encontrou entre as cinzas  do seu caráter , todo dinheiro fácil acorrenta o destino ao fundo de um poço.

Wilson Roberto Nogueira.1993